20080319


Raoul Hausmann

20080318

There is a wind that seeks the crevice
under my heart
the way insects file at night
beneath a doorway

Its edges are rough, it slits
the cords. It trips my steady breathing.
When it comes there is no one
I can trust.

It seems, at times, I have designed
too well this vision of you
I cannot survive your eyes
when they are scarred with a need
for some lesser form of love.

I admit to this conceit.
And though you will not accept it
You love it nonetheless

It is just like you. Our desires
will always be kept sharp
by a kind of perversity. A need
to be each forever alone...

Its color is violet, like lips
that have been smashed by nights
or robbed of blood by lack of breath,
The wind I was speaking of does this.

I can feel it now.

Jack Kerouac, Selected Poems

20080316


Sante Scaldaferri

20080220


Henri Cartier Bresson
Quero dormir durante

vinte anos

e ir acordando

a meio da noite.
"De um livro o início ao fim, o todo como o visualizamos conceptualmente, de pouco vale à obra de Vian. "Outono em Pequim" é lido para nos deixar navegando. Para nos tornarmos irreconhecíveis aos nossos, o hoje ao amanhã, a genealogia da presença e a lógica dos factos. Vian lê-se porque à partida deveremos ter presente que, as intermináveis tentativas serão de louvar, que a ordem de ideias atingida é possivelmente decomposta, isolada, ironizada. Uma determinada forma de nós não nos cinge em relação associativa, seremos pois, o ridículo do que escondemos, e na leitura de "Outono em Pequim" todos os embaraços se expõem à prova de uma total indiscrição, salvaguarda contra o óbvio. E aí se espraia o intento de Boris Vian, desmantelador ilógico e livre anexo da moral, faz brincar os personagens como se a vida reportada aos factos se iludisse a si mesma, e talvez este intento seja, na verdade, o mais crítico e construtuvista dos valores, onde o óbvio desaparece para libertar da segurança sistemática que o código desses mesmos valores impõe, o Homem certo e capaz de se retroceder analiticamente, sem se tomar por louco. O óbvio é um hábito facilmente adquirido, tal como a sanidade."